quinta-feira, 29 de março de 2012

Só 2% dos municípios no País tiveram boa administração financeira

Só 2% dos municípios no País tiveram boa administração financeira, aponta Firjan; Estado de S. Paulo, Alexandre Rodrigues e Wilson Tosta

"(..)indicador, criado pela Federação das Indústrias do Rio para medir a qualidade da administração financeira dos municípios brasileiros(...)"


Supõe-se então que o indice avalia a qualidade da gestão.

"O IFGF vai de 0 a 1 - quanto maior, melhor a situação financeira da prefeitura - e divide-se em quatro conceitos: A, para quem recebe mais de 0,8 e 1, considerada Gestão de Excelência; B, para mais de 0,6 e 0,8, considerada Boa Gestão; C, para a faixa de mais de 0,4 e 0,6, a Gestão em Dificuldade; e D, para a faixa de zero a 0,4, Gestão Crítica."


Ou ele avalia a situação da gestão?

Achei que o problema era da reportagem, mas é da pesquisa mesmo. Os proprios termos usados pela pesquisa são ambiguos: "Gestão de Excelencia" e "Boa gestão" se referem a qualidade. "Gestão em Dificuldade" se refere a situação. "Gestão Critica" pode ser os dois.

Qualquer pessoa que se desse ao trabalho de ler a pesquisa perceberia rapidamente qual é o motivo da má avaliação dos municípios. Ausência de receita própria.

É parte do discurso padrão dizer que os problemas são os políticos, por isso o indice que mede a situação fiscal das prefeituras tenta se vender como se medisse a capacidade de administração dos prefeitos:

""A característica em comum desses poucos municípios(bem avaliados) é o baixo gasto com pessoal e o alto investimento. Esse é o binômio do sucesso." "


E ter uma base tributável.

Mas o jornal é conivente com isso, não revelando a informação facilmente apurada de que o principal fator puxando pra baixo é a capacidade de arrecadação, por que é conveniente esse discurso. O discurso do problema são os políticos é um discurso extremamente conservador, por que se os políticos são todos corruptos, eu não posso fazer nada.

Se o problema são os políticos, não tem por que eu pensar em mudar estrutura tributaria, pacto federativo, legislação. Se é uma questão de administração não pode ser um problema estrutural, não tem por que mudar o status quo.

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